Não percebo qual é o drama do PCP e o BE comporem com o PS uma maioria parlamentar que permita um governo diferente do "centrão" à direita que nos tem desgovernado. E não conta a treta de que o culpado da austeridade é só o Sócrates, porque isso não é verdade. O que aterroriza os laranjotas é que se esta maioria à esquerda resultar, o CDS-PP desaparece e o PSD passa a residual, e lá se vão as mordomias distribuídas em troca da venda de Portugal a retalho.
O problema é que este assalto ao poder não foi referendado pelo povo em eleições. Se o pistoleiro tivesse concorrido já coligado às eleições era uma coisa, assim não. E a questão aqui não se trata de resultar ou não, é certo e sabido que não vai resultar com o anunciado regresso do despesismo. Em menos de nada, termos cá a troika novamente (remember: money talks and bullshit walks!) e os sacrifícios deste passado recente terão ido por água abaixo. Eu não me indentifico com NENHUMA força política deste país. Votei PaF porque acho que é a que é MENOS PIOR (repito: A MENOS PIOR) para o país. O pistoleiro não fez um bom trabalho em Lisboa, esperam que faça melhjor como PM? Wake up and smell the coffee...
Então "este assalto ao poder não foi referendado pelo povo em eleições", mas, em 28 de Março de 2002, nove dias antes da posse do XV Governo, de coligação entre PSD e CDS-PP, os presidentes dos dois partidos, Durão Barroso e Paulo Portas, assinaram num hotel de Lisboa um documento intitulado "Convergência democrática para um Governo de legislatura". Não me recordo de ter havido grande bruá por causa desse assalto. Apesar de daí ter saído um ministro da defesa que meteu parte dos submarinos ao bolso.