De Magnólia a 03.01.2009 às 15:17
Não há nada mais triste que a ignorância disfarçada de intelectual...
Portugal devia encher-se de orgulho por ter um nobel, alguém que do nada veio e consciente da sua ignorância utilizou o seu tempo para se cultivar e crescer, em vez de o usar para criticar aquilo que não leu, nem tem capacidade para compreender. Mas não... Orgulhemo-nos antes da selecção, ergamos bandeiras, cantemos o hino a um grupo de jovens que nasceu com jeito para uns pontapés e, muitos deles, na vida nada mais fizeram... que esforço fizeram e fazem para serem verdadeiramente homens cultos.
Portugal devia sentir remorsos por, em plena democracia, ter permitido que o Ministério que se intitulava da Cultura impedisse uma obra de ser candidata a Nobel (Evangelho Segundo Jesus Cristo, de Saramago). Saramago não quis viver num país assim... quem no lugar dele quereria? Ainda bem que além fronteiras os valores são outros, estão além da mesquinha política que tem autoridade em Portugal.
Saramago é um escritor brilhante, o maior escritor da actualidade portuguesa, que reinventou a escrita e a enriqueceu e que produz obras de uma riqueza semântica e originalidade inigualáveis.
Para desfazer qualquer dúvida: não sou comunista, nem amiga pessoal do escritor. Sou apenas leitora, daquelas que traz um livro permanentemente na carteira, que aproveita os momentos de espera em cabeleireiros e dentistas para ler...
Já agora aconselho alguns dos comentadores deste cartoon a fazer o mesmo.